Membros das Comunidades e do Governo Provincial do Huambo reflectem sobre O Papel das Parteiras Tradicionais nas Comunidades Rurais

27/12/2023 12:30 PM

Com o objetivo de alargar a abordagem sobre a importância das parteiras nas comunidades rurais, a ADRA Antena Huambo realizou um debate radiofónico para reflectir sobre a necessidade de inclusão das parteiras tradicionais nos programas públicos de incidência local deformas a melhorar suas acções nas comunidades.

"Temos tido formações no município do Longonjo para poder acompanhar melhor as gravidezes das nossas meninas na comuna. Com essa formação somos capacitadas para melhor acompanhar as parturientes em casos mais extremos, a nossa principal dificuldade tem sido a falta de materiais gastáveis, porque às vezes a meninas vêm sem nada e nós parteiras temos que ter pelo menos as luvas, pois somos proibidas a assistir o parto de mãos nuas. Algumas vezes nem temos luvas, ou lâminas, mas não podemos abandonar a gestante em trabalho de parto". Afirmou Salomé Ângela, parteira tradicional da comuna da Catabola, município do Longonjo.

Valdemira Canjengo, Coordenadora do projecto Ampliando Direitos, Construindo o Futuro, disse que a ADRA em parceria com a Direcção da Saúde, vai continuar a promover formações para as parteiras transmitindo novas técnicas e fornecendo pequenos kits com os materiais necessários as parteiras nas áreas de intervenção para socorrer as parturientes em casos de não dar tempo de ir a uma unidade sanitárias para poder ter um parto seguro e salvaguardar os direitos reprodutivos.

Durante o debate, Elizabeth Chitende, representante do Gabinete Provincial da Saúde, reafirmou o importante papel das parteiras tradicionais nas comunidades.

"São as mulheres que ajudam as utentes a serem encaminhadas e aconselhadas para um parto institucional e não domiciliar. Elas exercem um papel fundamental de aconselhadoras gestantes ao planeamento familiar, a consulta pré-natal, aconselhamento na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e cuidar para que as mesmas tenham um parto tranquilo caso não estejam em uma unidade hospitalar". Sublinhou.

Segundo Adelina Morguier, Representante do Gabinete Provincial da Acção Social Família e Igualdade de Género, existem aldeias muito distanciadas das sedes dos municípios e com vias de acesso péssimas, claramente que nestes casos as nossas parteiras tradicionais devem assistir ao parto para que não se corra o risco de perder a mãe ou o bebê porque não foram a tempo de chegar ao hospital.

“As parteiras tradicionais não só assistem partos, têm a missão de aconselhar as adolescentes e jovens sobre a higiene menstrual e sobre-o planeamento familiar para que se preserve o futuro das mesmas”. Realçou.

Esta  acção, enquadra-se no âmbito do projeto Ampliando Direitos, Construindo o Futuro, financiado pela União Europeia, implementado pela ADRA Antena Huambo nos municípios de Bailundo e Caála.

Fazer Download