Mulheres defendem maior divulgação sobre justiça de género nas comunidades

15/7/2020 10:10 AM

ADRA-Malanje realizou nesta quarta-feira (08 de Julho), na aldeia Zombo, município do Quela uma sessão de capacitação sobre justiça de género nas comunidades.

As camponesas falavam no final de uma acção de capacitação que abordou matérias sobre os papéis de género, direito à casa e terras, procriação e a participação da comunidade na vida pública.

Luzia Oliveira, membro da associação Kusangulunka, afirmou que “há certos homens que são confusionistas. O marido trabalha e a mulher trabalha, é tudo igual. Não tem trabalho de homem nem de mulher.”

“Eu já fiz casa de Pau a Pic, cortei os paus, capim e levantei a casa e também faço fornos para fabrico de pão caseiro, não posso ficar assim sem fazer nada e não posso depender do marido. O que faço é também para ajudar porque o trabalho é igual”, relatou Luzia Oliveira.

Para Filomena Prata, membro das associações Kusangulunka, “a mulher não pode ser escrava do homem e nem o homem ser escravo da mulher, os dois devem trabalhar junto porque têm os mesmos direitos e deveres também.”

“Essa formação é benéfica para nós membros e líderes das comunidades. Não tem trabalho para mulheres e para homens. Certo dia, estava a cozinhar funje de bombó e a minha sogra encontro-me a bater o funje. Ela ficou assustada e quando terminei servi a comida e convidei a minha sogra, mas ela negou de comer connosco” - afirmou Elias Ferraz Quissanga, coordenador da Associação Kudiva Iº, da aldeia Duma.

“Mas depois eu tive que explicar que os direitos iguais funcionam assim. O homem pode fazer tudo o que a mulher faz e vice-versa, só assim ela ficou convencida e ficou a saber como funciona os direitos de justiça de género” - Encerrou Elias Ferraz Quissanga.

Esta actividade enquadra-se no Projecto de apoio institucional, financiado pela Afrikagrupperna (GAS) e contou com a presença de 22 membros, sendo onze mulheres.

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