As cooperativas agropecuárias Lundungo e Entre Rios Jengula manifestaram a necessidade durante o processo de preparação dos 57 hectares de plantação de milho e massambala. A produção feita com o aproveitamento das últimas chuvas de Março e recurso aos seus perímetros regadios, já se encontra em fase de maturação e, segundo os líderes das cooperativas, no total, prevê-se colher mais de 78 toneladas até final de Junho.
A produção é fruto dos apoios da ADRA, com sementes e assistência técnica, no âmbito do Projecto de Apoio a Mitigação do Impacto Económico e Social da Covid-19 (PAMIESC), financiado pela União Europeia, com o objectivo de reforçar a segurança alimentar e nutricional das famílias rurais em tempo de Covid-19.
A responsável para a comercialização da Cooperativa Entre Rios Jengula, Amélia Nayane, avança que já há empresário disponível para a compra destes produtos, mas é preciso primeiro colher o suficiente para a alimentação das famílias.
“O que restar é que vai para a praça, porque a fome nas pessoas aqui é muita. Se você vender tudo vai morrer de fome.”
A líder cooperativista acredita que os camponeses locais necessitam de mais apoios para incrementar a produção, a fim de reduzir a fome e a pobreza na comuna. A responsável pelo comércio dos produtos da Cooperativa afirma ainda que, neste momento, os preços do milho e da massambala no mercado estão altos e esta pode ser uma oportunidade para os camponeses obterem mais lucros.
O presidente da Cooperativa Entre Rios Jengula apela ao Estado para o apoio necessário no sentido de reforçar a produção agrícola na comunidade de Kasseque, através da facilitação do crédito aos camponeses.
“Nós temos força de trabalho, o que nos falta é apoio. A nossa terra é boa, dá mesmo para cultivar tudo, temos rios, temos força, só precisamos que o Governo nos ajude com crédito, não é de favor, nós temos força para cultivar, vender e devolver”, garantiu Abel Chilala.
Para o camponês, este apoio contribuiria para reduzir as principais dificuldades que enfrentam no processo de produção e comercialização agrícola. “Ajudaria muito as nossas cooperativas, porque deveríamos conseguir comprar adubo, charruas e viaturas para vender em outras províncias”, sustentou.