A palestra realizada a 27 de Abril, teve a finalidade de facilitar às mulheres o acesso à informação sobre os aspectos relativos aos seus direitos fundamentais, consagrados na legislação nacional, nos tratados internacionais, e reflectir sobre os seus direitos na perspectiva dos direitos humanos.
A iniciativa reuniu membros das organizações de mulheres, pessoas com deficiência, membros das associações e cooperativas, autoridades tradicionais e representantes da Administração Comunal, num total de 37 participantes, dos quais 13 mulheres, e foi facilitada pela advogada Cristina Augusta António.
“Depois do que ouvimos e aprendemos hoje, as palestras como estas, promovidas pela ADRA, serão sempre bem-vindas. Falar de direitos no geral e das mulheres em particular, tais como a violência doméstica, sexual, psicológicas e outras, é falar de educação, e quem defende ou educa uma mulher, está a defender e a educar uma nação”, afirmou Celestino Tchifenla, representante da administração comunal.
Para Tchifenla, as comunidades ainda encontram vários hábitos e costumes do passado que têm servido de obstáculo para a construção de uma sociedade mais democrática, em que o cidadão respeita os direitos dos outros e olhe a mulher como um ser igual.
“Tudo que aprendemos hoje tem sido a realidade de muitas famílias nas nossas comunidades”, revelou.
Catarina Lofita, membro da comunidade, entende que para muitas pessoas, até mesmo para mulheres, a cultura, os hábitos e costumes são mais importantes do que os direitos humanos, denunciando que algumas práticas locais podem ferir os direitos das pessoas.
“Pelo que aprendemos aqui hoje, nós, nas nossas casas, igrejas, jango e comunidade no geral, precisamos conversar, nos educar e aprender um com os outros, que todos nós somos iguais perante Deus e a Lei, homens e mulheres têm os mesmos direitos e deveres”, confirmou.
“A mulher não existe para ser escrava do homem, ser doméstica ou sofrer violência, a mulher foi criada por Deus para ser mãe, companheira, líder, advogada, presidente, empresária e muito mais”, concluiu Catarina Lofita.
O Projecto Esumbilo está a ser implementado pela ADRA na província do Huambo, com extensão às províncias do Bié, Cuando Cubango e Benguela, financiado pela União Europeia e a Solidariedade Prática da Suécia.