Huíla: ADRA facilita acesso à água para os camponeses dos Gambos

13/10/2022 4:07 PM

A água para o consumo humano deixou de ser um drama para as comunidades que vivem nas aldeias dos Gambos, depois da ADRA ter facilitado a construção de 60 Cisternas Calçadão nas localidades que distam a 150 Km a norte do Lubango.

Trata-se de uma cisterna localizada num espaço plano, próximo à área de produção, com uma distância média de 50 metros de árvores, preferencialmente com uma declividade de no mínimo 20 centímetros, ficando o reservatório na parte mais baixa. O calçadão é retangular e tem 210 metros quadrados de área com declividade mínima de 20 centímetros dos dois lados. O buraco deve ser cavado com 7 metros de diâmetros e um metro e sessenta centímetros de profundidade, onde é construída a cisterna com uma capacidade de 52 mil litros com processo de recolha das águas das chuvas, a partir de uma plataforma de cimento que encaminha o precioso líquido para o reservatório construído no subsolo.

Na ausência das chuvas, a Cisterna pode ser abastecida directamente por Camiões-Cisternas, segundo a líder da aldeia da Tunda II.

Ela enaltece a importância do projecto da ADRA que, segundo ela, ajudou a melhorar a vida dos aldeões que antes eram obrigados a percorrer longos quilómetros à procura de água.

«Hoje, já temos o problema da água para o consumo humano minimizado faltando apenas para a agricultura de regadio e o abeberamento do gado de grande porte», diz Belinha Pedro, num misto de alegria e preocupação.

De acordo com a líder, uma cisterna pode levar quatro meses a ser consumida, admitindo que o projecto da ADRA ajudou também a melhorar a higiene pessoal dos habitantes da sua aldeia onde no passado existiam vários casos de sarna.

O líder do Capeu II Afonso lamentou, porém, a falta de uma cerca que impeça que o espaço do calçadão seja invadido por cabras que, em busca de água, acabam por sujar a plataforma de cimento, comprometendo desse modo a qualidade da água.

Prometeu que em breve o problema será ultrapassado, uma vez que a comunidade que comporta cerca de 7 famílias irá mobilizar-se para proceder à vedação do espaço.

Questionado sobre a qualidade da água, disse que a ADRA lhes ensinou a desinfectar a água, o que, segundo ele, tem contribuído para a diminuição de doenças, tais como a cólera, sarna e as diarreias agudas.

Na aldeia de Capeu II, existe o mesmo sentimento de satisfação pelo projecto que contempla a construção das Cisternas Calçadão, ao mesmo tempo que os benefícios reconhecem o trabalho desenvolvido pela ADRA em prol das comunidades.

As mulheres que residem nestas localidades dizem que os seus direitos de propriedade da terra têm vindo a ser melhorados depois de terem sido sensibilizadas pela ADRA durante as palestras, formações e distribuição de algumas leis e decretos.

A construção das cisternas calçadão faz parte das acções da ADRA para atenuar os efeitos da seca/estiagem no sul de Angola, que estão a ser realizadas nos Gambos, no âmbito do Projecto de Apoio a Resiliência para Mitigação dos Efeitos da Seca (PARMES), financiado pela União Europeia e co-financiado pela Ajuda das Igrejas Norueguesas (NCA).

ADRA – Mais de 30 anos construindo caminhos para a Cidadania e Inclusão Social em Angola
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