Solidariedade Prática da Suécia visita projectos implementados pela ADRA

30/5/2022 12:05 PM

Com objectivo de constatar e medir o impacto socioeconómico das acções que estão a ser desenvolvidas pela ADRA na província do Huambo, a Solidariedade Prática da Suécia realizou, de 21 de Abril a 5 de Maio, visitas de monitoria aos projectos ESUMBILO e Direito à Àgua.

As acções de monitoria incidiram sobre as zonas de intervenção do Projecto ESUMBILO (Respeito/Dignidade), que está a ser implementado nas províncias do Huambo, com extensão a Bié, Benguela e Cuando Cubango, e do Projecto Direito à Água, que incide sobre as províncias do Huambo e Huíla.

“Apesar de ser cega, luto pela defesa dos interesses e direitos das mulheres com deficiência física em Angola, principalmente, visual. Com outras mulheres, ganhamos a coragem de lutar pelo nosso crescimento, porque mesmo cegas, não estamos limitadas dos nossos direitos como pessoa", afirmou Claudete Kapapelo, Coordenadora da Associação Nacional dos Cegos e Amblíopes de Angola (ANCAA) no Huambo.

O Projecto ESUMBILO compreende também acções de subvenção aos pequenos projectos propostos e liderados por organizações locais da sociedade civil. Um destes projectos é o ELINALISO.

"Com a implantação do Projecto ELINALISO, o comportamento das pessoas e a valorização dos direitos humanos, ou seja, o respeito pelos outros, tem melhorado, porque temos recebido muitos apoios, palestras e formações nas Ombalas e Aldeias do nosso município”, relatou António Chivala, Regedor da Ombala Sessaka, Comuna sede de Catabola, na província do Bié.

Para o líder comunitário, a missão do soba é de ajudar as organizações do município na luta pela promoção dos Direitos Humanos e na Participação activa de todos os cidadãos, nas acções cívicas e de cidadania a nível da localidade, assim como nas eleições que se aproximam.

“As pessoas devem conhecer, exigir os seus direitos e cumprir com as suas obrigações. Hoje as nossas comunidades já não são as mesmas, evoluiu muito!”, exclamou.

A Coordenadora do projecto Esumbilo pela Solidariedade Prática, Louise Hammerud Hamilton, conta que teve o “privilégio” de participar, reportar e passar algumas recomendações às organizações envolvidas na execução das acções do Projecto.

O representante da Solidariedade Prática considerou ser de grande relevância os esforços e a dinâmica que estão a ser implementados, para que se atinjam os objectivos do projecto.

“É admirável e de enaltecer o trabalho que as organizações, em todas as localidades, têm feito. Nota-se um grande esforço, empenho ao trabalho, que está a ter resultado na vida das famílias”, disse.

Os depoimentos surgiram no âmbito da visita às organizações da sociedade civil do Huambo, Bié e Cuando Cubango, que estão a gerir pequenos projectos apoiados financeiramente no âmbito das acções de subvenção em cascata do Projecto ESUMBILO.

Projecto Direito à Água muda vidas de famílias rurais

Durante a visita dos representantes da Solidariedade Prática da Suécia, foram realizados encontros com membros de comunidades beneficiárias e constatados os efeitos das suas acções.

“A vida das mulheres e crianças na nossa aldeia mudou, já não precisamos andar muito para ir procurar água, as doenças como a diarréia também diminuíram muito, porque temos água saudável”, afirmou a Guilhermina Cassinda, beneficiária do projecto.

A Gestora do Projecto Direito à Água pela Solidariedade Prática, Paula Oksanen, visitou os sistemas de água para o consumo doméstico, construídos no âmbito do projecto, nomeadamente, o furo com manivela da aldeia de Cativa e o fontenário na aldeia de Canana, que no total estão a beneficiar mais de 400 famílias.

Paula Oksanen, participou também numa reunião do Núcleo de Associações e Cooperativas de Produtores da Comuna da Catabola, município do Longonjo. O encontro foi presidido pela coordenadora do Núcleo, Ângela Salomé, que agradeceu a presença dos visitantes e destacou que o objectivo da reunião foi de balancear as acções realizadas pelas associações durante o primeiro trimestre, analisar o contexto local política, económica e socialmente, bem como planificar o segundo trimestre do ano de 2022.

A equipa de visitantes constatou também o polígono florestal instalado na aldeia de Cativa, com cerca de mil plantas de eucalipto, que, segundo Florindo Caiumba, um dos responsáveis, vai ajudar a travar o vento, explorar madeira para resolver algumas necessidades locais e facilitar a produção do mel. “Vamos continuar a trabalhar para o bem das nossas comunidades”, garantiu.

Durante o cumprimento do itinerário, as cooperativas e associações Capelako, Ongunso yu pange, Katutchilembui, Pandula, Pasuka, Catuka, Flor do campo, Tuapama e Elavoko, do município do Longonjo, foram as organizações visitas, o que permitiu avaliar o impacto socioeconómico do Projecto Direito à Água.

A Directora da ADRA Huambo, Cidália Gomes, fez um balanço positivo da visita. Para a representante da ADRA no Huambo, estes momentos de contacto directo com os grupos de referência são importantes, porque permitem para quem acompanha a distância a implementação do projecto, fazer uma análise comparativa entre o que é reportado em relatórios e o que na verdade está a acontecer em termos de mudanças do modo de vida económica das famílias, de práticas e de atitudes.

“Ficou bem patente pelos depoimentos dos membros das comunidades que há um sentido de apropriação dos processos e acima de tudo o despertar de consciência para o exercício da cidadania”, afirmou.

Por sua vez, a gestora do Projecto Direito à Água pela Solidariedade Prática da Suécia, mostrou-se satisfeita pelos resultados constatados. “Comparando com a época anterior, em que também visitei várias comunidades, mas no âmbito de um outro projecto, neste notei maior engajamento, dinâmica, crescimento, cumplicidade entre os grupos e grandes sinais de prosperidade”, avançou.

“Algo que muito me marcou foi a firmeza e a coesão na liderança feminina, a forma que elas abordam questões sobre vários assuntos sociais e, a par disso, a criação de grupo de água e saneamento, a forma como estas organizações falam sobre os direitos humanos e os seus direitos, sem medo”, descreveu.

O Projecto Direito à Água está a ser financiado pelo FÓRUM CIV e Solidariedade Prática da Suécia, e o ESUMBILO tem o financiamento da União Europeia e co-financiamento da Solidariedade Prática da Suécia.

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