Cerca de cento e setenta e sete mulheres das aldeias de Kathinhengue e Negola, no município de Caluquembe, aprenderam a fazer sopas de abobora, inhame, e batata doce, arroz de legumes e sumos naturais com frutas da época, por via de demonstrações culinárias.
Segundo Nanjele Ngueve, “daqui para frente vamos incentivar mais outras mulheres que não estiveram presentes nesta formação, que afinal de contas precisamos dar mais valor aos nossos produtos locais para fazer alimentação dos nossos filhos”.
“É a primeira vez que recebemos essa grande formação e agradecemos bastante”. Sublinhou.
A demonstração teve como objectivo, despertar as famílias sobre o valor nutricional dos produtos locais existentes na comunidade, que oferece uma dieta alimentar mais saudável para crianças e adultos.
Na ocasião, foram igualmente rastreadas um total de 183 crianças destas 36 com desnutrição aguda moderada e 18 com desnutrição aguda grave.
“Agradecemos bastante pela capacitação que nos foi dada; desde o momento que começamos a preparar a sopa, demos conta que temos todos estes ingredientes nas nossas casas, mas como não tínhamos noção de como se prepara, acabamos por desperdiçar, ou mesmo, nos limitamos apenas em ferver de forma tradicional como aprendemos com as nossas mães”. Disse Juliana Pintal Manuel, membro da cooperativa Ukãe Uapanamanlã Kupangue.
“Nós as mães da comunidade, muitas vezes não temos amor ao preparar a alimentação das nossas crianças, gostamos de dar como mata-bicho funje de ontem, causando assim barriga inflamada e o pior é que vendemos os produtos que produzimos como a banana, abobora, batata doce, galinhas, alimentos nutritivos para comprar rebuçados, chips e frangos que contém muitos conservantes que fazem mal à saúde. Acrescentou.
Esta acção enquadra-se no âmbito do Projecto Epongoloko (mudança) financiado pela Pão para o Mundo (PPM), implementado pela ADRA no município de Caluquembe.