Terras Ovandombe acolheram, ontem, pela primeira vez enquanto município, o XXV Encontro Intermunicipal das Comunidades do Dombe Grande e Baía Farta.
António Cachilingo, em representação das comunidades, demonstrou a satisfação pela ascensão da comuna à município “apesar do nosso desejo era a realização das autarquias locais em Angola, em que os municípios teriam autonomia segundo a Constituição”.
Não obstante a alegria pela ascensão à município, os cidadãos sentem-se preocupados com o silêncio dos Governantes quanto a desanexação das comunidades do Luacho, Bandeira, Senje, Canto, Cambongue Inglês, Chikunhuo, Kangengo e Dolomba, transferidas para o município de Baía Farta na nova divisão política administrativa.
Segundo os municípes, a mudança desrespeita laços históricos, culturais e económicos que sempre uniram essas localidades ao Dombe Grande.
Esta preocupação foi apresentada ao Governo Provincial de Benguela, ao núcleo de Deputados à Assembleia Nacional, às Administrações municipais do Dombe Grande e Baía Farta através de um manifesto escrito.
Durante o evento foi ainda apresentado os critérios para o acesso aos insumos e equipamentos agrícolas, bem como, a situação do projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização (SAMAP) na região.
O encontro contou com a participação de 92 pessoas, dentre elas 58 mulheres, com destaque ao Administrador Municipal do Dombe Grande, João Baptista Tchimanda, e o seu adjunto, bem como, autoridades tradicionais, líderes comunitários, representantes de associações e cooperativas agrícolas e sociedade civil.
O evento foi apoiado pelas organizações Grupo África da Suécia (GAS), Pão para o Mundo (PpM)e a companhia Azul Energy.