Ganda: Camponeses preocupados com o atraso na disponibilização de imputs agrícolas

6/6/2023 12:06 PM

A preocupação foi levantada durante o debate realizado pela ADRA na Rádio Benguela, no dia 02 de Junho, sobre "as estratégias de fomento do sector agrícola no município da Ganda".

Moisés Celestino, presidente do Núcleo para o Desenvolvimento das Associações e Cooperativas do Casseque, reconhece o trabalho feito pela Administração Municipal para alavancar a agricultura, porém regista ainda alguns constrangimentos.

“Tem havido distribuição de sementes e fertilizantes, mas são poucas e atrasam. Outro constrangimento registado é na legalização de terra. A terra é o único elemento que nos pode fazer avançar para o acesso ao crédito, por isso a legalização de terra tem constituído um grande problema” declara Moisés Celestino.

Sobre o escoamento de produtos, Rafael Tiago, presidente da Federação das Cooperativas e Associações da Chicuma, afirma que por conta do mau estado das vias de acesso, é mais fácil transportar os produtos para as províncias vizinhas (Huambo, Huíla) do que para a Sede do município da Ganda.

“A primeira dificuldade consiste na via de acesso. Neste momento a Chicuma produziu muito milho e estas cargas vão directamente a Huíla, porque o troço que liga Ganda a Chicuma é crítico”.
Para a comuna da Chicuma “a reparação da via de acesso é a prioridade das prioridades” acrescenta Rafael Tiago.

Alexandrina José Alexandre, representante da cooperativa Havemos de Voltar, lamenta o facto de algumas cooperativas agrícolas ainda sofrerem com a falta de meios para transportar a água do rio as lavras.

“Se somos ricos em recursos hídricos como ainda vemos camponeses a sofrer de seca?”

Para José David Kumandala, Director municipal da Agricultura, Pecuária e Pescas, o Governo tem muito a ajudar as cooperativas desde que estejam legalizadas e organizadas.

“Quanto a redução do preço dos imputs agrícolas e a reabilitação das vias de acesso vou levar esta preocupação a instâncias superiores” garante o representante do Governo.

Este debate enquadra-se no Projecto Monitoria de Políticas Públicas, financiado pela agência alemã Pão para o Mundo.

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