Juventude da Baía Farta reflecte sobre o desemprego e exploração sexual

24/11/2021 11:39 AM

Em parceria com o Gabinete Municipal da Cultura, Juventude e Desporto do município da Baía-Farta, em Benguela, a ADRA promoveu um espaço de diálogo entre jovens sobre as políticas de empregabilidade face a problemática da exploração sexual.

Com 53 participantes, dos quais 20 mulheres, o encontro serviu para reflectir sobre o contexto da problemática em Angola, na província e, principalmente, no município da Baía Farta, assim como os desafios que se impõem.

A discussão permitiu que os representantes de instituições públicas, privadas, de Organizações da Sociedade Civil e jovens membros das associações e cooperativas das comunas do Dombe Grande e Equimina, dialogassem encontrando caminhos comuns, apesar das divergências de ideias.

Alberto Cangunha Tiago, de 29 anos de idade, membro da Associação de Jovens Empreendedores de Angola (AJEA) apontou para o desequilíbrio financeiro como uma das causas para a Exploração Sexual.

“As pessoas que se prostituem nas ruas para terem dinheiro são, na sua maioria, de camada baixa. Conforme a vida vai agindo, cada qual vai reagindo da sua forma. Então a questão aqui é ajudar as pessoas”, disse.

Segundo Emanuel Chingueia, dirigente de jovens da igreja Boa Servente, “se não houver rigor nas escolas, nas igrejas, a prostituição vai se proliferar e as doenças que a prostituição causa matam pior que a fome.”

De acordo com Eufrásia Nahako Songa, uma das prolectoras do debate, a Exploração Sexual é uma das formas mais extremas de violação dos direitos humanos, por isso vem sendo alvo de preocupação por parte das entidades de protecção aos grupos vulneráveis.  

“Os desafios em Angola pautam-se pela promoção do equilíbrio económico, a garantia dos direitos fundamentais a todas as pessoas e a necessidade de políticas públicas sustentáveis”, acrescentou.

O economista e Administrador Adjunto para Área Económica e Financeira na Baía Farta, Inácio Numa, apelou o seguinte: “a Administração Municipal da Baía Farta está aberta a atender os jovens que estejam dispostos a se legalizarem em cooperativas e, assim, terem acesso aos apoios dos diferentes programas públicos de fomento a produção e empregabilidade”.

Ao final do evento, os participantes apontaram para a promoção de mais espaços de diálogos com a juventude, no sentido de serem identificados os principais anseios e estratégias de mitigação dos problemas desta franja da sociedade, que enfrenta elevado nível de desempregados.

A referida actividade foi realizada no âmbito da promoção de debates sobre temas de interesse da juventude, através do Projecto de Monitoria de Políticas Públicas, financiado pela organização alemã Pão para o Mundo.

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