O encontro serviu para abordar temas como gravidez precoce, planeamento familiar, higiene e saúde menstrual, de modo a capacitar as comunidades rurais e contribuir para a redução das vulnerabilidades.
Suzana Gaspar, de 28 anos, membro da Associação Kituakifikile, apontou o elevado índice de gravidez precoce na aldeia como um dos maiores problemas da aldeia.
“Nós as comunidades precisamos muito destas formações, na nossa aldeia tem meninas que estão a se engravidar cedo e já não estudam, sempre aconselhamos, mas elas não nos ouvem”.
“Aprendi muito sobre o planeamento familiar, quando chegar em casa irei informar ao meu marido, para estarmos a fazer, não dá para ter muitos filhos porque a vida está mesmo difícil.” frisou.
O soba Xirimbimbi, da aldeia Kinglês, comuna do Lombe, revela que na sua jurisdição registou-se um caso de incesto.
“Um papá da nossa aldeia se envolveu com a sua filha de 13 anos, e fugiu para Luanda, a esposa não denunciou as autoridades tradicionais e nem policiais para o devido tratamento” disse.
Para Serafina Mateus, facilitadora e parteira do hospital municipal de Cacuso, assuntos de género devem continuar a ser desenvolvidos constantemente para que possam despertar sempre as comunidades.
A aldeia Muconzo na comuna do Lombe e o escritório da ADRA acolheram os workshops que congregaram membros das associações e cooperativa, representantes da Administração Municipal, autoridades tradicionais, associação solidária “Agora Podemos Ajudar Angola” (APA) e quadros da ADRA, um total de 90 participantes.
O evento enquadra-se nas acções de promoção do equilíbrio e justiça de género, financiado pela Afrikagrupperna.