Mulheres dos PALOP | Covid-19 traz à tona “problemas comuns gritantes”

14/8/2020 1:54 PM

Mais de quarenta mulheres dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) reflectiram sobre os desafios e dificuldades que as mulheres têm enfrentado durante este período de pandemia.

Durante o encontro realizado online, verificaram-se semelhanças nos problemas vividos pelas mulheres nos cinco países aí representados (Cabo-Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau, Moçambique e Angola).

Segundo a presidente do Conselho Directivo da ADRA, Maria Teresa Victória, que procedeu a abertura do evento, esta pandemia reforçou questões sobre o aprofundamento da pobreza e o aumento da violência doméstica, onde as mulheres são as mais afectadas”.

Teresa Victória realçou ainda que as várias semelhanças nas políticas públicas destes países são resultantes de um contexto social, político e histórico similar.

Rossana Almeida, presidente do Instituto de cabo-verdiano para a Igualdade de Género, referiu a necessidade da formalização do sector informal uma vez que as mulheres estão em maioria.

Por outro lado, a representante de Cabo Verde defendeu a importância tanto social como económica em apostar-se em «novas masculinidades», “na divisão de tarefas em casa e no controlo da “masculinidade tóxica” de modo a envolver o homem em uma cultura de tolerância”.

Da parte da Guiné Bissau ressaltou-se que a fraca capacidade de resposta face aos conflitos pós-eleitorais naquele país resultaram num descuido às questões preventivas da Covid-19 e acções de protecção à mulher.

Segundo Margareth Nanga, em Angola a situação mais preocupante é o aumento do desemprego para as mulheres e a subida do preço dos produtos, o que reforçou as dificuldades no acesso dos serviços públicos.

De modo geral, concluiu-se que as medidas de alívio adoptadas pelos governos nos PALOP, não tiveram em atenção as especificidades da mulher.

Como recomendação, as participantes apelaram a necessidade de desagregação de género a nível do Orçamento Geral do Estado, e sugeriram a criação de políticas que reforcem a protecção social das mulheres no sector informal.

Destacar que participaram desta mesa redonda, a presidente do Conselho Directivo da ADRA e a sua Vice, representantes de departamentos ministeriais, a Secretária de Estado da Família e Promoção da Mulher, o grupo de mulheres parlamentares, representantes de organismos das Nações Unidas em Angola e outros.

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